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Galícia, uma terra de cultura e turismo

A Galícia é formada pelas províncias de Corunha, Lugo, Ourense e Pontevedra. A cidade de Santiago de Compostela é a capital, localizada na província da Corunha.

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Galícia e sua história milenar

A história da Galícia remete a tempos muito antigos. Há sítios arqueológicos, como na Caverna Eirós, onde foi relatada a presença de Neandertais. Há reservas também da era Paleolítica no Baixo Minho e em Ourense. Entretanto, a primeira grande cultura identificada foi no Megalítico (5000 a.C).

Caracterizava-se por capacidade construtora e arquitetônica, junto com algum sentido espiritual e religioso. Estima-se que esta sociedade estava organizada num tipo de estrutura de clãs. Milhares de túmulos foram identificados por todo o território, já que possuiam uma câmara funerária conhecida como Dólmen.

Galícia Celta

A cultura Celta, muito evidente até os dias atuais, veio na segunda metade da Idade do Ferro (Séc XI a.C.). Trouxeram a utilização do ferro, importado do Oriente através da migração de tribos indo-europeias. A partir de 1.200 a.C. começaram a chegar na Europa Ocidental, permanecendo até o Império Romano.

O primeiro povo Celta que invade Galícia é o dos Saefes, no século XI a.C. Os Celtas influirão sobretudo na religião, na organização política e nas relações marítimas com a Bretanha. Además, dizia-se que eram os mais difíceis de vencer de toda a Lusitânia.

A mesclagem com a Cultura Castrense: Os Castros

Construíam recintos fortificados de forma circular, providos de um ou vários muros concêntricos. Vinham precedidos geralmente de um fosso, e se situavam na cimeira das colinas e alguns costeiros.

Entre os Castros do interior, podem mencionar-se os de Castromao e Viladonga. Entre os costeiros, destacam-se os de Fazouro, Santa Trega, Baroña e O Neixón. Comum a todos eles é o fato de que o homem se adapta ao terreno e não ao contrário.

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Os Galaicos: a maior resistência contra os Romanos

Estas tribos Celtas-Castrenses foram chamadas de Galaicos pelos Romanos. A designação celebra a forte resistência dada por este povo aos romanos e se estendem às restantes tribos do noroeste peninsula. A primeira referência histórica aos Galaicos é feita após o Império Romano notar a dificuldade de se vencer aquele povo.

A primeira vez que se registra uma derrota dos Galaicos foi no confronto com Décimo Júnio Bruto, que pela proeza de os derrotar, tomou o cognome de “O Galaico”. Foi então criada a divisão administrativa da Gallaecia, que tinha limites com o Douro, o Atlântico e a Tarraconensis.

A Gallaecia estava dividida em três conventus: a Lucense, a Bracarense e a Asturicense e sua capital era Braga. A divisão correspondia à divisão feita às tribos que a compunham: os ártabros, os gróvios e os astures.

Com a chegada dos suevos da Europa central no séc V, a Gallaecia deixa de ser uma província romana para se tornar finalmente um reino com a corte fixada em Braga. Após a batalha de Vouillé em 507, os visigodos são expulsos da Gália pelos francos, sob o comando de Clóvis I.

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Os Muçulmanos na Península Ibérica

A expansão muçulmana, ocorreu a partir do séc VIII. Tropas islâmicas do Norte de África, sob o comando do general Tárique, cruzaram o estreito de Gibraltar e venceram Rodrigo, o último rei dos Visigodos da Hispânia, na batalha de Guadalete.

Nos séculos seguintes, os muçulmanos alargaram suas conquistas na península, tomando todo o território designado em língua árabe como Al-Andalus, que governaram por quase oitocentos anos. Os muçulmanos não conseguiram ocupar a região montanhosa das Astúrias, onde muitos refugiados resistiram.

Aí surgiria Pelágio das Astúrias, que à frente dos refugiados, venceria uma batalha covarde, restando apenas 10 soldados. Iniciou-se imediatamente um movimento para reconquistar o território perdido. A reconquista foi o nome dado a este movimento cristão, com início no séc VIII, de recuperação das terras dos Visigodos.

Surgiu a Guerra Santa, pela cruz cristã, na época das Cruzadas (1096). A reconquista do território peninsular durou cerca de 8 séculos. Em 1492 terminou com a tomada do reino muçulmano de Granada. Em Portugal, terminou com a conquista de Silves pelas forças de Afonso III, em 1253. Alguns consideram a expansão marítima portuguesa, uma continuação da Reconquista.

A evolução da geopolítica Galega

Diversas designações vieram, derivadas de Hispania e Galécia, durante a Idade Média. No século XII, começou a se fragmentar:

  • Em 1108 veio a independência de Portugal;
  • Leon (com Astúrias, Estremadura) e Castela, tornavam-se reinos;
  • No final do século, Galícia, Leon, Castela e Portugal já eram reinos diferentes.

Até o séc XIX, estava dividida em sete províncias: Mondoñedo, Lugo, Ourense, Tui, Santiago, Corunha e Betanzos. Depois foram reduzidas a apenas quatro. Tinha órgãos de governo próprios, sendo eles, a Junta da Galícia (Xunta de Galiza) e o Parlamento Galego. Portugal foi um destino migratório para os Galegos, desde o tempo da Reconquista.

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Heranças culturais e a cultura Galega

Os idiomas oficiais são o Galego e o Castelhano. Em várias comarcas de Leon e Astúrias, fala-se também Galego. Estas comarcas foram separadas da Galícia no séc XVIII e são reivindicadas como pertencentes à nação galega.

A Galícia afirma a total distinção entre Galego e Português, porém, em 2003, é feita uma referência ao português nos documentos oficiais da Real Academia Galega. Há um movimento reintegracionista que defende a tese de que a língua portuguesa e o galego nunca se separaram realmente.

Variantes ou dialetos da mesma língua:

  • português de Portugal e o português do Brasil;
  • galego, galego-português, portugalego ou português da Galícia.

A região possui influência Celta e Romana, porém, diferente do resto da espanha, os árabes não deixaram marcas. O hino da Galícia por exemplo, elaborado por Eduardo Pondal, refere-se ao local como a nação de Breogán, que foi um herói Celta. Breogán (mitologia celta) creditado pela construção da mítica torre que diz-se ter conexão com a famosa Torre de Hércules. Outros relatos o citam como o fundador da cidade de Brigantium, que é a atual Corunha.

A Torre de Hércules

A Torre de Hércules localiza-se a cerca de 1,5 km do centro da cidade de Corunha. Monumento nacional, é o mais antigo, ilustre e representativo da Corunha. É o único farol romano que existe no mundo e que continua a cumprir a sua função. Foi declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.

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A gastronomia da Galícia

A região é predominantemente rural, com campos de cultivo familiar, muitos morros, pecuária, algumas reservas florestais e plantações de eucalipto e vinhedos. Muitos galegos tiveram que deixar sua região natal, pois não havia um trabalho rentável. Os que ficaram mantiveram as tradições ao pé da letra, tanto as Celtas como as crenças populares.

A terra galega é sagrada para seus habitantes, os produtos extrativistas, são tidos como de todos e devem ser cuidados. Para os galegos, a fartura culinária fazem esquecer a dureza da vida e trazem alegria. Dos pratos principais desta região, podemos destacar o caldo galego, o cocido galego, o pulpo (polvo à moda galega) e a empanada.

A Torta de Santiago

Como sobremesa, o grande ícone da cozinha galega é a Torta de Santiago. Não há certeza do porque ela leva o nome do apóstolo. O que é certo é que, há muitos séculos, trata-se de uma torta de amendoas moídas com a cruz da ordem de Santiago feita com açúcar na sua superfície.

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Tipos de turismo na Galícia

A Galícia atrai turistas do mundo todo. Entre as principais motivações, está o turismo Religioso, em função da enorme quantidade de Peregrinos que caminham à Santiago de Compostela todos os anos. Conheça mais sobre Santiago de Compostela e seus caminhos.

Por sua rica e evidente herança cultural, a Galícia também atrai muito turismo de cunho histórico. Por sua natureza exuberante e atrativos naturais adequados, mais recentemente passou a receber uma grande demanda de turismo de aventura e turismo ativo.

Obviamente, com a gastronomia e por ser uma região predominantemente rural, o turismo Rural também é muito evidente. Mas não abstém do turismo de sol e praia. O turismo praiano atrai uma enorme quantidade de gente, com maior enfoque no público regional.

O Museu do Povo Galego

Localizado em Santiago de Compostela, é um centro sintetizador dos museus e coleções antropológicas da Galícia, uma definição dada pela própria Xunta de Galiza. Conheça mais sobre o Museu do Povo Galego em seu site oficial.

A Muralha de Santiago de Compostela

Um dos mais importantes santuários católicos do Ocidente está na Galícia. A Catedral de Santiago de Compostela. O Bispo Sisnando II foi quem mandou rodear com uma muralha a Catedral de Santiago.

Crescónio, em meados do século XI, substitui-a por outra que abrangia o burgo Compostelense. Nos séculos XIV e XV abriram-se as portas das Algalias, Porta de San Fiz e Porta do Souto.

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Hoje só se conserva a Porta de Mazarelos. Supostamente se conserva também parte do lanço do lado do Mosteiro de San Martiño Pinario, perto do Convento de San Francisco do Val de Deus.

Redator
Paulo Fernandez

Paulo Fernandez

Consultor Santiago de Compostela

Paulo Fernandez é consultor da Nattrip, especializado nos Caminhos de Santiago de Compostela. Concluiu o Caminho Francês desde Saint-Jean-Pied-de-Port no ano Xacobeo de 1999 e o Sanabrês no Xacobeo de 2021.

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